A guerra de números nas contas do Estado, principal mote da campanha eleitoral, parece não arrefecer, mesmo depois de um mês da posse do novo governo. A publicação do Balanço Orçamentário do Governo estadual ontem, no Diário Oficial, motivou mais um capítulo da novela das contas estaduais. O governo Eduardo Campos apresentou o balanço com déficit de R$ 83 milhões, enquanto a assessoria do  ex-governador Mendonça Filho criticou o método de cálculo usado pelo novo governo.

De acordo com secretário-executivo do Tesouro estadual, Lincoln Santa Cruz, o balanço, que reúne os dados da finanças estaduais em todo ano de 2006, apresenta superávit orçamentário de R$ 116 milhões. O dado diz respeito a todos os gastos previstos no orçamento do Estado menos o volume de receitas recebidas pelo Tesouro estadual. “Mas se avaliarmos o relatório de disponibilidade financeira do Estado, aparecem R$ 83 milhões de déficit”, afirmou Santa Cruz.

O secretário do Tesouro estadual disse, ainda, que o balanço reforça a afirmação do governo Eduardo Campos em relação ao desequilíbrio das contas do Estado. “Nesse balanço, ainda não estão incluídos os restos a pagar não-processados de 2006, no valor de R$ 78 milhões, que são despesas que ainda não foram confirmadas. Quando essas e outras despesas mais difíceis de identificar entrarem na conta, chegaremos próximo ao déficit de R$ 255 milhões apresentados pelo governador”, completou.

A assessoria técnica do ex-governador Mendonça Filho afirmou que, nos números apresentados pelo secretário do Tesouro estadual, não foram incluídos restos a receber do Governo Federal, no valor de R$ 134 milhões. De acordo com a assessoria, se esses dados fossem incluídos na contabilidade, como determina o Tesouro Nacional, o déficit não apareceria. Em nota oficial, a assessoria do ex-governador afirma que “esta é mais uma tentativa de confundir a opinião pública com números que não condizem com a realidade financeira do Estado”.

Fonte: Folha de Pernambuco