A
princípio, o piso dos servidores chegaria a R$ 620 em janeiro de
2012, devido à previsão de salário mínimo de R$ 619,21. Na última
terça-feira, no entanto, o governo federal anunciou a revisão no
valor do último, que deve ser de R$ 622,73 no próximo ano. “A
nova estimativa nos obriga a rever o piso, porque queremos mantê-lo
acima do mínimo”, explicou o secretário de Administração,
Ricardo Dantas. O novo salário-base eleva em quase R$ 3,7 milhões a
folha mensal da administração estadual, que, hoje, gasta cerca de
R$ 530 milhões com os seus 218 mil vínculos.

O piso de R$
651, previsto para entrar em vigor em junho de 2012, já fazia parte
dos planos do governo. Segundo Dantas, a única mudança é a
antecipação de uma parcela desse valor (R$ 13) para os meses de
janeiro, fevereiro, março, abril e maio. O governador Eduardo Campos
ressaltou que, com o reajuste, Pernambuco passa a pagar um
salário-base de servidores maior que o do estado de São Paulo (R$
630).

Campos afirmou, também, que a decisão de ampliar o
piso, mantendo-o acima do salário mínimo, está relacionada ao
desejo de valorizar a base dos servidores. “São profissionais que
estão em contato com a população no dia a dia. Esta atitude, com
certeza, ajuda a melhorar a vida deles e, consequentemente, de toda a
sociedade.”

O presidente do Sindicato dos Servidores
Públicos Civis do Estado de Pernambuco (Sindserpe), Renílson
Oliveira, vê a proposta do novo piso de forma positiva, já que
evita que servidores recebam menos que o salário mínimo. Considera,
no entanto, que a medida é, sobretudo, política. “A remuneração
não está partindo de R$ 580,70 para R$ 638, mas, sim, de R$ 622.”
Para ele, é importante que exista uma política salarial própria
não atrelada ao salário mínimo para os funcionários públicos.

Na
avaliação do presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação
de Pernambuco (Sintepe), Heleno Araújo, o reajuste no piso é
interessante, mas ainda não atende às expectativas dos
profissionais. “Esta antecipação mantém o que reivindicamos, mas
ainda consideramos os salários baixos”, diz.