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Estado paga a conta da fatura eleitoral

16 de outubro de 2014

Em um ano eleitoral, no qual o partido que governa o estado, o PSB, colocou-se como oposição à reeleição da presidente Dilma  (PT), Pernambuco amarga uma queda de 52% nos repasses voluntários da União. Ao longo deste ano, o estado deixou de tomar R$ 800 milhões em empréstimos, devido à não aprovação do Programa de Ajuste Fiscal (PAF). Os números foram apresentados ontem pelo secretário da Fazenda, Décio Padilha, na divulgação do relatório de gestão fiscal do segundo quadrimestre de 2014, na Assembleia Legislativa.

Padilha contou que desde abril o governo federal promete renovar o PAF de Pernambuco. O programa é uma espécie de aval dado pela União para que os estados possam tomar empréstimos em bancos nacionais e internacionais. “Precisamos de novas operações de crédito. Não se faz estradas, hospitais e escolas apenas com o ICMS. Só neste ano já perdemos R$ 800 milhões nesse tipo de operação”.

De acordo com o secretário, a previsão é de que a renovação seja assinada após o segundo turno. “Não podemos esperar. Pernambuco não pode depender de eleição de segundo turno para presidente”, declarou Padilha, que cogita, em última instância, recorrer à Justiça.

O secretário fez questão de esclarecer que falava apenas como técnico. “Sou auditor de carreira e servidor público. Não tenho esse tipo de manifestação (política)”. Ele contou que o valor repassado por meio das transferências voluntárias – recursos enviados a partir de projetos encaminhados pelos governos estaduais -, de janeiro a agosto, registrou um recuo de R$ 391 milhões, em comparação ao mesmo período de 2013. “São transferências que estão vinculadas a obras a em outros investimentos”, explicou, pontuando que o estado “só está vivendo com a arrecadação de ICMS e os empréstimos”.

Procurado pela reportagem, o Ministério da Fazenda não designou nenhum porta-voz para comentar as declarações. A assessoria de imprensa do órgão encaminhou uma planilha que mostra valores diferentes dos apresentados pelo secretário. Segundo a tabela, a queda nos repasses seria de 17,11% (de R$ 113,32 milhões para R$ 93,93 milhões). Padilha questionou as informações, afirmando que tratavam de dados oficiais e que não constavam em balanço.

Fonte: Diario de Pernambuco

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