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Energia tem reajuste médio de 2,45%
25 de abril de 2007
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou, ontem, o reajuste médio de 2,45% nas contas de luz em Pernambuco, que entra em vigor neste domingo. Os consumidores residenciais terão reajuste de 0,79% e os consumidores comerciais e industriais, de 5,68%. Apesar do aumento abaixo da inflação para as residências, a população deve sentir os efeitos indiretos do reajuste nas contas da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe). As indústrias e o comércio deverão repassar o aumento de custos para seus produtos. O incremento dos preços pode levar à queda nas vendas, obrigando as indústrias a reduzir a produção e a demitir funcionários. Na contramão dos aumentos, o Governo do Estado refaz os cálculos para viabilizar a redução do ICMS da conta de luz e os deputados estaduais planejam solicitar uma revisão tarifária extraordinária, antecipando a que está marcada para 2009.
A decisão da Aneel em reajustar a energia elétrica de Pernambuco em 2,45%, em média, aliviou o bolso do consumidor residencial, com reajuste de 0,79%, mas manteve a trajetória de aumentos “salgados” para a indústria e o comércio. Enquanto o reajuste residencial ficou abaixo do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) registrado em 2006 (3,83%), a alta para as contas do setor produtivo foi 48% maior do que a inflação de 2006, com percentual médio de 5,68%.
Os consumidores de baixa tensão representam 99% dos clientes da Celpe e, de acordo com a concessionária, os de tarifa de baixa renda, com consumo de até 60 quilowatts/hora por mês, terão reajuste médio de R$ 0,10 nas contas de luz, já incluídos aí os impostos. Já os clientes residenciais com consumo acima dessa faixa verão as contas subirem, em média, R$ 0,86 a partir deste domingo.
O percentual definido pela agência reguladora registra uma mudança de curso nos aumentos para a Celpe. Nos últimos dois anos, as contas de luz sofreram aumentos bem acima da inflação do período, aumentado o impacto para os consumidores. Em 2005, o reajuste médio foi de 24,43%, com mais três parcelas de 2,84% a serem incorporadas nos reajustes de 2006, 2007 e 2008. No ano passado, o aumento médio foi de 8,59%, com impacto de 16,6% para os consumidores industriais e comerciais. Ainda em 2006, a Celpe registrou lucro líquido de R$ 200 milhões.
Apesar do reajuste menor, o tom das reclamações, sobre o custo da conta de luz, da população não diminuiu. No Centro do Recife, a dona de casa Celina Dias reclamou quando soube do reajuste. “Melhor mesmo era se a conta baixasse”. Já o representante comercial Jorge Luiz da Silva lamentou o peso da conta no orçamento doméstico. “O reajuste pesa no bolso do assalariado, porque o rendimento não sobre como as contas têm subido”, comentou.
Fonte: Folha de Pernambuco
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