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Endinheirados e endividados

24 de julho de 2012

Odesemprego deixou de ser o vilão do endividamento que leva à inadimplência. Agora o brasileiro entra no “pendura” pelo aumento do consumo. Pudera. A ampliação da oferta de crédito com juros baixos enche os olhos do trabalhador. A parcela cabe no orçamento mensal e o consumidor lava a alma. Pode levar para casa tudo o que acha que tem direito. Uma espécie de catarse coletiva provocada pela recuperação da renda ampliou o poder de compra das famílias. Resultado: a inadimplência agora cresce com o consumo de bens duráveis e de lazer.

 
Uma pesquisa realizada pela Fecomércio São Paulo mostra que cresceu, em média, 6,39% o endividamento das famílias nas capitais entre 2010 e 2011. Em números absolutos, são 525 mil famílias a mais com débitos, passando de 58,58% para 62,5% o total de lares endividados. O volume geral de dívidas mensais pulou de R$ 12,1 bilhões para R$ 13,5 bilhões. Valor atualizado pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). O crescimento de 11,57% se aproxima do aumento real médio de 11% do crédito às pessoas físicas em todo o país, medido pelo Banco Central (BC).
 
Uma prova que o consumidor mordeu a isca do crédito fácil e comprou mais bens de consumo. Segundo a pesquisa da Fecomércio-SP, o valor médio real da dívida mensal das famílias tomou fermento e cresceu. Subiu de R$ 1.470 para R$ 1.543 entre 2010 e 2011. Um aumento de 4,87%. Outro dado significativo é o recuo do desemprego e o crescimento de 5% da massa de rendimentos no período, segundo a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
 
Para o economista da Fecomércio-SP Guilherme Dietze, o endividamento pode ser saudável, desde que venha acompanhado do aumento do emprego e da renda. “É natural que, quando um país cresce e aumenta a oferta de crédito, as famílias consumam mais e se endividem. É saudável, desde que as pessoas tenham emprego e renda para saldar as dívidas”, argumenta. Na avaliação dele o nível de endividamento dos brasileiros ainda não preocupa porque a taxa de inadimplência se encontra em patamares históricos.
 
No comparativo das regiões, o Nordeste registrou o maior recuou no endividamento das famílias entre 2010 e 2011, de 73% para 70,7%. Os nordestinos também atrasaram menos as contas, com diminuição de 6,7 pontos percentuais no índice de inadimplência. Movimento contrário registrado na região Sul, cujo endividamento das pessoas físicas pulou de 66,2% para 82% no mesmo período. “As famílias estão mais consequentes em pagar as contas em dia e os bancos mais atentos e flexíveis para negociar. O endividamento no Brasil está sob controle.” Tomara.

Fonte: Diario de Pernambuco

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