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Eduardo retoma o Poder para o PSB

30 de outubro de 2006

 

Por uma diferença de mais de 1,2 milhão de votos, o candidato da Frente Popular, Eduardo Campos (PSB), foi eleito, ontem, o novo governador de Pernambuco. Com 65,36% dos votos válidos, equivalentes a 2.206.868 votos, contra os 34,64% do adversário – 1.164.433 – o governador-candidato Mendonça Filho (PFL), o socialista escreve um novo capítulo na política do Estado, reeditando o histórico revanchismo entre arraesistas e jarbistas. Nos bastidores, o resultado eleitoral de ontem era tratado como uma resposta à derrota sofrida pelo falecido ex-governador Miguel Arraes, em 1994, quando perdeu por mais de 1 milhão de votos para o ex-governador e principal cabo eleitoral de Mendonça Filho, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB).

Em seu primeiro pronunciamento como governador eleito, durante entrevista, no auditório do Recife Monte Hotel, em Boa Viagem, Eduardo, bastante emocionado e com os olhos marejados, dedicou a vitória ao avô falecido, Miguel Arraes, e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Agradeceu ao povo pernambucano, à militância, aos 18 partidos de sua base de sustentação e garantiu que não fará um Governo pautado em “qualquer tipo de sentimento menor”, esquecendo as velhas brigas do passado.

Não podemos nos alimentar de qualquer tipo de sentimento menor que possa marcar a nossa tarefa que é grande, árdua e desafiadora. Nós vencemos as eleições e saberemos respeitar a vitória que não nos pertence, mas que pertence ao povo pernambucano, alargando ela”, enfatizou.

O socialista prometeu que “não decepcionará” seus eleitores, destacando que sua administração terá como marca a transparência da gestão pública, e na participação do movimento social no planejamento e controle social. “Se nós fizermos isso do primeiro ao último ato do Governo, nós estaremos honrando a nossa vitória extraordinária. Nosso compromisso é, de maneira simples e apaixonada, se entregar a Pernambuco”, disse o novo governador. Mantendo a linha do lema “paz, amor e vitória” que pregou durante toda a campanha, Eduardo afirmou que pretende contar com o “apoio republicano” dos três senadores de oposição – Jarbas, Marco Maciel (PFL) e Sérgio Guerra (PSDB) – e antecipou que não pretende exigir auditorias no governo do adversário.

Eu tenho clareza que para os atos de auditar e de levantar o estado brasileiro já está aparelhado com instituições que têm essa responsabilidade e que farão isso com toda tranqüilidade”, frisou Eduardo. A união das três forças de esquerda nos Governos Federal, Estadual e Municipal também foi citada como anúncio de “bons ventos” de desenvolvimento. “Na hora em que as forças que estão aqui vencem a eleição, é a perspectiva que esse crescimento seja para muito, com capacidade de mediar e dialogar”, discursou.

Fonte: Folha de Pernambuco

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