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Eduardo escolhe Varejão e frustra setores do MPPE

5 de janeiro de 2007

 

O governador Eduardo Campos (PSB) nomeou ontem o procurador Paulo Varejão para a Procuradoria-Geral de Justiça – maior cargo do Ministério Público de Pernambuco (MPPE). Segundo colocado na lista tríplice encaminhada ao Palácio, com 163 votos (17,2% dos válidos), Varejão é genro do prefeito de Vitória de Santo Antão (Zona da Mata), José Aglaílson (PSB), antigo aliado político do ex-governador Miguel Arraes e de Eduardo.

No entanto, Varejão minimizou o parentesco com um correligionário do governador. “Os meus adversários estão utilizando muito este fato para tentar denegrir minha imagem e a do governador. Não posso negar que tenho conhecimento pessoal com ele, mas conhecimento não é amizade”, disse, sem citar nomes. O procurador garantiu ainda que não vai privilegiar o sogro. “Pernambuco tem 184 municípios, porque olharia para Vitória? Não sou nem de lá”, alegou.

Segundo o novo procurador-geral do Estado, Tadeu Alencar, a escolha de Eduardo recaiu sobre o perfil de Varejão. “A experiência dele contra o crime tributário foi importante. O governador tem preocupação com a política fiscal. Falar da ligação familiar é reduzir a escolha dos membros do Ministério Público”, disse, frisando que é prerrogativa do chefe do Executivo nomear qualquer um da lista tríplice, independente de colocação.

No entanto, a escolha do governador frustou setores do MPPE e entidades ligadas aos Direitos Humanos, que torciam pela indicação da ex-presidente da Associação do Ministério Público por três vezes e secretária-geral do MPPE por dois mandatos, a procuradora Laís Texeira, a mais votada da lista, com 186 votos (19,6% dos válidos). Procurada pelo JC, Laís limitou-se a enviar um e-mail à redação. “Acato a decisão do governador por ser uma prerrogativa que a Constituição lhe concede. Nada mais tenho a declarar”, escreveu. A terceira colocada na lista tríplice foi a corregedora-geral Janeide Oliveira de Lima, com 127 votos, sem mesmo ser candidata. As regras da eleição garantem o direito de qualquer procurador ser votado para figurar na lista.

A integrante do Movimento Nacional do Direitos Humanos, Wilma Melo, chegou a enviar por e-mail, na noite da última quarta, um ofício ao governador em apoio a Laís. No documento, enfatizou que a escolha de Laís poderia ser “um marco na história do Ministério Público” porque seria a primeira mulher a comandar a instituição.

A última vez em que um governador escolheu um procurador que não teve o maior número de votos foi em 1999, quando Jarbas Vasconcelos nomeou Romero Andrade, o segundo mais votado da lista tríplice. Uma das atribuições do procurador-geral de Justiça é mover ação penal ou por improbidade administrativa contra o próprio governador.

NEPOTISMO – Varejão frisou que foi candidato de oposição ao atual procurador-geral de Justiça, Francisco Sales. Mesmo na condição de opositor, garantiu que seguirá as metas já estabelecidas no planejamento da atual administração. “As principais dizem respeito à política do consumidor, meio ambiente, cidadania e idoso. reconheço que houve avanços”, listou. O combate ao nepotismo, deflagrado pelo MPPE, também vai continuar. “Antes, buscaremos o entendimento. As ações e demandas judiciais serão a última instância”, adiantou.

Fonte: Jornal do Commercio

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