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Economia fraca deve afetar preço de imóvel

22 de julho de 2014

O resultado fraco das vendas de imóveis novos no primeiro semestre do ano pode até não fazer os preços caírem, mas deve levar as construtoras a fazerem "promoções" para reduzir os estoques. A quantidade de apartamentos que foram lançados e ainda não têm comprador na Região Metropolitana do Recife subiu 23% de janeiro a junho, chegando a 6.064 unidades, maior quantidade desde 2009.

Os números do Índice de Velocidade de Vendas (IVV) mostram que as vendas de imóveis residenciais novos caíram 7,1% no primeiro semestre deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado. O próprio índice – cujo cálculo considera as comercializações e a oferta, além de incluir vendas de imóveis comerciais – ficou em 6% em junho. Foi o menor percentual para o mês desde 2008.

"Há claramente um excesso de oferta. Ou os preços vão cair ou vão subir menos, senão esses imóveis vão encalhar", pontua o economista e diretor da consultoria Ceplan, Jorge Jatobá. Já o presidente da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi PE), André Callou, diz que redução não haverá, uma vez que o setor experimenta aumento de custos de mão de obra e uma alta significativa no preço dos terrenos.

Callou lembra que a oferta já vinha se acomodando desde o ano passado, desacelerando em relação à "explosão" vista entre 2010 e 2011. O empresário argumenta ainda que a demanda por novas moradias não deixará de existir, o que garantirá compradores para o mercado imobiliário. No entanto, ele avalia que as empresas deverão lançar mão de atrativos extras para manter o consumidor desperto, como condições diferenciadas de pagamento, e brindes de eletrodomésticos e móveis. "Mas com certeza não teremos aumentos", assegura.

Jorge Jatobá lembra que o mercado imobiliário está oscilando junto com o cenário econômico nacional. "A economia está mal e todos os setores estão sendo afetados". Esse contexto traz insegurança ao mercado e afeta os dois principais tipos de consumidor de imóvel: o que compra para morar e o que compra para investir. "Todos tendem a se retrair", pontua o economista.

Tanto Jatobá quanto Callou analisam que, além dos maus indicadores da economia, as incertezas políticas do início do ano e as expectativas para as eleições também apertam o cerco contra o setor produtivo, seja pelo lado do planejamento de investimentos ou pelo da diminuição no volume de negócios. O presidente da Ademi acrescenta, ainda, que o período da Copa do Mundo pressionou o desempenho de junho para baixo, em diversos segmentos, incluindo a construção.

Fonte: Jornal do Commercio

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