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Economia cresce menos no Brasil

23 de março de 2006

 

Há dez anos consecutivos, a economia brasileira cresce num ritmo inferior ao da média internacional. Enquanto de 1996 a 2005, o Produto Interno Bruto (PIB) mundial registrou expansão de 3,8%, o país cresceu apenas 2,2% ao ano. Em 2005, a diferença é ainda maior, com o PIB internacional ampliando-se em 4,3%, contra 2,3% do nacional. A perda de importância da economia brasileira no cenário mundial preocupa setor produtivo. O resultado da análise de comportamento do PIB está numa nota elaborada pela Unidade de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

  Na avaliação do economista da CNI, Paulo Mol, o crescimento tímido do PIB brasileiro está relacionado a uma série de gargalos impostos ao setor produtivo. “Temos uma alta carga tributária, falta de acesso ao crédito, problemas de burocracia, legislação trabalhista rígida e vulnerabilidade na garantia dos contratos”, enumera. Mol, diz, ainda, que se esse ritmo lento de crescimento se repetir nos próximos dez anos o Brasil vai se distanciar cada vez mais das demais economias mundiais.

  A nota da CNI também destaca que o fraco desempenho da economia brasileira também empobreceu a população. Numa lista de 21 países, o país teve o segundo pior resultado para o PIB per capita, com crescimento médio anual de 0,7%, de 1996 a 2005, atrás apenas da Venezuela que apresentou índice negativo de 0,5%. Em 2004, a renda per capita dos brasileiros era de US$ 8.020, equivalente a cerca de um quinto da dos norte-americanos.

  “Se o Brasil mantiver o atual ritmo de crescimento do PIB per capita levará 100 anos para conseguir dobrar a renda per capita e se aproximar da atual renda de países como Portugal e Coréia do Sul, que em 2004 chegou a US$ 19,2 mil e US$ 20,4 mil, respectivamente”, avalia Mol. O desempenho nacional também ficou abaixo dos países emergentes da América Latina e da Ásia.

Comparação – “A Argentina, que enfrentou uma forte crise financeira e política entre 2001 e 2002, registrou expansão de 2,2% no PIB per capita. No México, a renda cresceu 2,1% e no Chile, 2,8%”, compara o economista. No confronto com os emergentes asiáticos a distância é ainda maior. O rendimento médio dos chineses cresceu 7,7%, dos indianos 4,4% e dos sul-coreanos 3,7% no período analisado.

  Outro fator que explica o pequeno crescimento da economia brasileira é o baixo nível de investimento. O Brasil investe pouco em proporção ao PIB se comparado à média mundial e, principalmente, aos países emergentes da Ásia. De 1995 a 2004, o Brasil investiu apenas 19,3% do PIB, enquanto as economias emergentes da Ásia atingiram um índice de 32,6%. Na América Latina, o percentual é semelhante ao brasileiro (20,8%), enquanto no Leste e Centro europeu é de 23,9% e nas economias desenvolvidas atinge 21,3%.

Fonte: Diário de Pernambuco

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