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Doenças custam caro à Previdência

22 de junho de 2014

Cresce o número de trabalhadores que entram no auxílio-doença provocado por doenças mentais. São os males do novo mundo do trabalho cujas causas são: pressão por resultados, estresse, excesso de horas extras, tripla jornada, assédio moral. A depressão e os transtornos comportamentais são as manifestações mais comuns. Se somam à dependência química de álcool, entorpecentes, maconha, cocaína e outros tipos de drogas. Nos últimos dois anos, subiu de 126.581 para 134.649 os benefícios por incapacidade causados pelos transtornos psíquicos. Só o ano passado, o Ministério da Previdência Social (MPS) pagou R$ 162,5 milhões de auxílio-doença aos usuários de entorpecentes e álcool.

O fenômeno é tão preocupante que o ministério fez uma pesquisa nos estados para identificar as principais doenças mentais que afastam o trabalhador brasileiro do batente. Pernambuco é o terceiro lugar no Nordeste com 1.922 casos de auxílios-doença motivados por dependência de drogas. Em relação às doenças mentais, quase triplicou o número de casos de benefícios no estado, passando de 23 em 2009 para 69 em 2013. 

“Nós observamos que vem surgindo nos últimos anos os casos de afastamento relacionados aos transtornos mentais”, constata Marco Antônio Perez, diretor de políticas de saúde do MPS. Ele avalia que houve uma mudança no perfil das causas de acidentes de trabalho que afastam o trabalhador. E completa: “Com as mudanças no processo produtivo, o trabalhador vem se expondo menos às lesões traumáticas e mais à sobrecarga mental e física do sistema ósseo-muscular.” 

Segundo Perez, Pernambuco acompanha este perfil e nos últimos anos há uma predominância das doenças ósseo-muscular. As mais comuns são: inflamação dos tendões, dor nas costas e dor na coluna . Em relação aos transtornos relacionados ao estresse grave e de adaptação no ambiente de trabalho, o estado ocupa a 41ª posição no país em número de casos de afastamento para entrar no auxílio-doença.

A atendente de telemarketing Paula Emanuelle Bulhões, 25 anos, já se afastou do emprego pela terceira vez com problemas de LER (lesão por esforço repetitivo) nas mãos e nos punhos. “Sei que a doença é provocada pelo meu trabalho. O pior é que a gente tira a licença de 15 dias e depois volta sem ficar boa, passa um tempo e adoece de novo”. Desde março Paula tenta ser atendida pela perícia médica do INSS para receber o auxílio-doença. Enquanto isso, fica no limbo: sem o salário e sem o benefício.

Tereza Maria da Silva Souza, 52 anos, tem depressão. Pedagoga, ela foi destratada na frente dos alunos pela diretora da escola. Está há seis meses no auxílio-doença, mas se sente incapacitada. “Agendei a perícia para ver se consigo a aposentadoria. Trouxe até os medicamentos que tomo para mostrar ao médico”.

Fonte: Diario de Pernambuco

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