Nenhum governante gosta da expressão divisão do bolo. E o governador eleito, Eduardo Campos (PSB), não é diferente. Mas é isso que acontece, sobretudo nos governos eleitos com as chamadas frentes políticas. E a Frente Popular não é pouca coisa: são dezoito partidos esperando a recompensa. As primeiras conversas e negociações para contentar esses aliados devem começar para valer a partir da próxima semana, quando o grau de ansiedade será bem maior do que o verificado até agora. O que os aliados devem ter em mente é que há secretarias que serão reservas do próprio governador eleito. É compreensível e previsível que áreas importantes como Gabinete Civil, secretarias de Defesa Social, Fazenda, Educação, Saúde e Cultura, além da Procuradoria Geral do Estado, sejam escolhas livres de Eduardo. Sobram então as secretarias de Desenvolvimento Urbano, Desenvolvimento Econômico, Planejamento, Infra-Estrutura, Produção Rural, Justiça, Administração, Turismo, e talvez a Secretaria da Mulher, além de uma infinidade de diretorias e presidências de empresas como Suape e Compesa. Nessa divisão do bolo, faz-se o jogo entre o técnico e o político. E será a partir da composição do secretariado que se pode ter uma idéia do que será o governo de Eduardo. Por enquanto, todos os aliados, mesmo trabalhando (e negando) para garantir os melhores postos, têm se comportado, publicamente, dentro do figurino traçado pelo próprio governador eleito. Resta esperar o dia seguinte das primeiras escolhas.

Fonte: Diário de Pernambuco