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Dívida do governo em títulos cresce R$ 11 bi em um mês

25 de abril de 2006

BRASÍLIA – A dívida pública do governo em títulos públicos subiu R$ 11 bilhões em apenas um mês. Entre fevereiro e março, o crescimento foi de 1,1% e a dívida mobiliária chegou a R$ 1,021 trilhão. O aumento ocorreu mesmo com o resgate líquido de R$ 3,1 bilhões, segundo nota divulgada ontem pelo Tesouro Nacional e do Banco Central.

No mês passado, a parcela da dívida que é atrelada à Selic, também chamada de pós-fixada, caiu de 50,95% do total para 49,55% do total. Para dar mais previsibilidade aos pagamentos, é importante para o governo reduzir esse tipo de dívida.

Já a parcela da dívida pré-fixada ficou em 28,75% em fevereiro, contra 27,88%. Nesse tipo de papel, é possível saber antes o quanto se vai pagar no vencimento dos títulos. Em relação à dívida indexada a índices de preços, o total ficou em 21,23%, contra 20,46% em fevereiro.

O montante da dívida atrelado ao dólar agora está negativo em 1,59%, levando em conta as operações de swap reverso (o governo paga juros e, em troca, recebe a variação do dólar). Com isso, o governo tem créditos a receber em dólar.

Foi registrado no mês passado uma pequena elevação no prazo médio das emissões, que passou de 55 meses em fevereiro para 55,2 meses em março. Segundo a nota do Tesouro, esse aumento foi possível pela emissão de títulos indexados a índices de preços com prazos mais longos. O prazo médio do estoque caiu de 29,5 meses para 29,3 meses. Já a parcela da dívida que vence no curto prazo (em até 12 meses) passou de 38,4% para 40,1%.

GASTOS – O aumento de gastos promovido nos últimos meses pelo governo vem ganhando cada vez mais relevância entre os analistas financeiros estrangeiros. Em relatórios para clientes, analistas de bancos de investimentos alertam que cresceram os riscos de descumprimento da meta de superávit primário de 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano e ressaltam que o atual processo de deterioração fiscal poderá retardar uma queda mais acelerada das taxas de juros reais, frear a velocidade do crescimento econômico e atrasar a conquista da tão ambicionada classificação de risco de “grau de investimento”. Por isso, segundo eles, a retomada do processo de reformas no País se torna a cada vez mais urgente.

Embora acredite que o governo cumprirá a meta de superávit primário de 4,25% do PIB neste ano, José Carlos de Faria, economista sênior do Deutsche Bank, avalia que os riscos de que ela não seja alcançada aumentaram. Além disso, lembra ele, o governo manteve essa meta até 2009, mas cancelou o teto para os gastos federais correntes proposto em 2005. Isso, segundo Faria, sugere um compromisso menor com o controle de gastos.

“Embora a perspectiva econômica de curto prazo do Brasil continue muito positiva, a deterioração das contas fiscais levanta uma bandeira vermelha e ressalta a necessidade urgente de o Brasil voltar a lidar com reformas estruturais após as eleições”, disse Faria.

Fonte: Jornal do Commercio

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