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Desistentes incluem até empresas incentivadas

26 de novembro de 2006

 

Pressa política em anunciar o que é apenas uma intenção, mudança de estratégia da empresa ou vontade de assegurar incentivo fiscal antes de saber se vai mesmo investir dinheiro. As causas para a não instalação de empreendimentos anunciados são várias. Mesmo entre as empresas que conseguem entrar no Prodepe, uma parte significativa não chega a se instalar.

A gente tem uma quebra de 20% no Prodepe. São empresas que ainda não se decidiram pelo investimento, mas querem assegurar o benefício fiscal. Fiscalmente o Estado não perde nada, só a quebra de expectativa”, explicou Guilherme Cavalcanti, presidente da Agência de Desenvolvimento de Pernambuco (AD/Diper), órgão responsável pela captação de empresas. Já no caso da Toalhas São Carlos, ele justifica a presença chinesa e o câmbio. “Na verdade o setor têxtil parou de investir. Além da São Carlos a gente estava negociando com outras três”, diz. Segundo ele, o prazo entre o primeiro contato de uma empresa até o início de uma obra é, em média, de dois anos.

Também com investimento grandiloqüente anunciado, mas ainda não efetivado, figuram os R$ 500 milhões que seriam colocados pelo grupo cearense M. Dias Branco em Suape. O presidente do grupo, Francisco Ivens de Sá Dias Branco, previa que as plantas ficariam prontas em 24 meses e bastava fechar um pacote de incentivos fiscais. Em fevereiro deste ano, Jarbas Vasconcelos visitou operações do grupo em Salvador e declarou: “Não vamos negar nenhum incentivo. Os investimentos são equivalentes a um segundo estaleiro no Estado”.

Mas o líder do setor de massas e biscoitos foi guloso no pedido de incentivos fiscais, a ponto que poderia prejudicar as próprias empresas instaladas em Pernambuco, como a Vitarella e Pilar. O resultado é que as negociações devem ficar para o próximo governo, mas há chances de alguma coisa ser efetivada no futuro.

Uma fábrica de R$ 100 milhões da Nestlé chegou a ser anunciada, mas acabou indo para a Bahia. Outro caso é o da cervejaria do grupo Cintra, que obteve aprovação do Prodepe para instalar uma unidade de R$ 155 milhões que iria produzir 120 milhões de litros de cerveja. Dela não saiu nem uma gota. Também sem nenhuma gota – neste caso de petróleo – ficou a Refinaria Vibrapar, que chegou a contar com licenciamento ambiental e terreno em Suape, mas nunca foi implantada, apesar de ter se comprometido a investir US$ 166 milhões e gerar 300 empregos diretos. “Como eles não cumpriram o prazo para instalação nem deram justificativa, retomamos o terreno e ele agora está sendo licitado para a Petroquisa”, afirmou o presidente de Suape, Matheus Antunes.

Fonte: Jornal do Commercio

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