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Desemprego como há muito não se via

21 de agosto de 2015

Com mais gente procurando emprego e sem encontrar, a Região Metropolitana do Recife (RMR) registrou taxa de desocupação de 9,2% em julho, segundo a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), divulgada ontem pelo IBGE. Maior do que o de junho (8,8%) e que o de julho de 2014 (6,6%), o percentual é o mais alto em cinco anos. Além disso, o crescimento do número de desempregados é o segundo mais alto desde o início da série histórica, em março de 2002.

De acordo com os dados do IBGE, a taxa de desocupação de julho na RMR só é menor do que a registrada em julho de 2010, quando foi de 10%. Naquele momento, porém, o movimento era de queda (veja quadro ao lado), diferente do que ocorre agora. Este ano, desde janeiro a elevação da quantidade de pessoas sem emprego vem se elevando, com exceção de uma leve retração em março que não interrompeu a tendência de alta.

Técnica da Coordenação de Trabalho do IBGE,Adriana Beringuy esclarece que, embora a desocupação no Recife se mantenha acima da média das seis regiões metropolitanas pesquisadas, a do Recife apresenta o mesmo alinhamento de alta. “O que está ocorrendo é que mais pessoas estão em busca de trabalho. Não estão trabalhando, mas estão tomando providências para mudar essa situação”, diz Adriana, ao explicar que, tecnicamente, há um aumento na População Economicamente Ativa (PEA). Ela acrescenta que isso provavelmente acontece porque, com o aperto econômico, a renda das famílias se contraiu e membros que antes não contribuíam financeiramente agora são obrigados a fazê-lo.

Os números que ilustram a análise de Adriana chamam atenção. Considerando todas as RMs, na comparação de julho deste ano em relação a julho de 2014, houve um aumento inédito de 56% no contingente de desocupados, que cresceu em 660 mil indivíduos. Na do Recife, esse percentual foi de 44,3%, representado 50 mil pessoas que buscam mas não encontram um trabalho. Esse crescimento só não é maior do que o registrado em junho de 2006, que foi de 74% sobre o mesmo mês do ano anterior.

Adriana destaca ainda que o comportamento de julho é atípico, considerando que, do ponto de vista da sazonalidade, as altas do desemprego se concentram no primeiro trimestre, com peso importante das demissões de temporários contratados para demandas de fim de ano. O mesmo ocorre com a média da taxa de desemprego das seis RMs (Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre), que chegou a 7,5% em julho e só aumenta desde janeiro (5,3%). A taxa de julho é superior ao nível de 6,9% de junho deste ano e ao índice de 4,9% de julho de 2014.

Em relação à renda, os números também são negativos. O rendimento real habitual do trabalhador brasileiro caiu 2,4% em julho deste ano nas seis RMs e ficou em R$ 2.170,70. Em julho de 2014 – em valores atuais, corrigidos pelo Índice Nacional de Pre- ços ao Consumidor (INPC) – era R$ 2.223,87. Na RMR a situação é mais crítica: houve queda de 3% na comparação anual. O rendimento médio de julho ficou em R$ 1.603,30, abaixo de junho (R$ 1.640,64) e de julho de 2014 (R$ 1.653,08).

Diante da elevação da taxa de desemprego no País, a presidente Dilma Rousseff disse que o desemprego e a inflação são temas que a preocupam “todo santo dia” em meio à crise política e econômica que acomete o País. “Tudo o que eu faço é para impedir que isso ocorra, que nesse momento de dificuldade tenhamos essa consequência”, disse. “A segunda questão com a qual me preocupo todo santo dia é a inflação.Aresposta é sim, isso me preocupa sim, eu penso nisso e tenho certeza de que vai melhorar, completou a presidente após receber a chanceler alemã, Angela Merkel, no Palácio Itamaraty. 

Fonte: Jornal do Commercio

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