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Desafio para os trabalhadores

13 de julho de 2015

As negociações salariais deste ano colocarão em xeque o poder de fogo dos sindicatos. Economia em recessão, inflação, desemprego em alta e renda em baixa. Como manter os postos de trabalho e assegurar o ganho real dos salários conquistado nos últimos anos? O desafio é grande para as categorias profissionais que sentam à mesa para negociar reajuste salarial neste segundo semestre. Em 2014, o balanço dos 716 dissídios coletivos monitorados pelo Dieese no país mostra que 92% apresentaram ganho real acima do INPC, 6% igualaram a inflação e 2% não conseguiram recomposição salarial.

Mesmo com o fantasma do desemprego, os bancários, cuja data base é 1º de setembro, vão pedir a reposição da inflação pelo INPC e ganho real de 10%. “Quanto maior a crise do país, os bancos lucram e têm plenas condições de conceder reajuste salarial acima da inflação”, argumenta João Bandeira, presidente da Federação dos Bancários de Pernambuco, Alagoas e Rio Grande do Norte. 

A mesma disposição tem a presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil (Marreta), Dulcilene de Moraes. “O trabalhador está há um ano sem reajuste e vai brigar pelo ganho real”. Na campanha salarial de 2014, a categoria teve 4% de ganho real. A Pnad Contínua do IBGE divulgada semana passada mostra que a construção civil demitiu 636 mil trabalhadores este ano no país. 

Os metalúrgicos pernambucanos estão com as “barbas de molho”. Pudera. De novembro até junho foram demitidos 5 mil trabalhadores no estado. A categoria está no “furação” da Operação Lava-Jato, cujos reflexos foram sentidos na cadeia de petróleo e gás e na indústria naval. Henrique Gomes, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Pernambuco (Sindmetal), diz que a pedida inicial é de 13% de reajuste no dissídio. No ano passado, os metalúrgicos tiveram ganho real de 2,02%. 

Os canavieiros começam a campanha salarial em outubro. Doriel Barros, presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Pernambuco (Fetape), admite que a campanha salarial será dura. “Mesmo com as dificuldades, não vamos aceitar a redução de salários ou reajuste que não garanta ganho real”. 

As centrais sindicais prometem brigar para assegurar as conquistas. “Esperamos manter a trajetória de aumento real e lutar para não perder os empregos”, assinala Sérgio Nobre, secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Para o presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, o ano será de dificuldades e de luta para manter o ganho real. O diretor da Força Sindical Sérgio Leite é mais realista: “Não tenho dúvidas que o poder de fogo estará reduzido, mas vamos lutar para manter as conquistas dos trabalhadores”.

José Silvestre, diretor de relações sindicais do Dieese, diz que o poder de barganha dos sindicatos diminui nos períodos de crise e de recessão.“Vamos ter uma mudança de patamar dos ganhos salariais diante do cenário de desemprego, inflação elevada e queda na renda”. Para ele, 2015 será mais difícil do que 2009 (de crise), porque se observa a perda de fôlego e de dinamismo do mercado de trabalho.

Fonte: Diario de Pernambuco

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