Uma proposta apresentada durante audiência pública na Assembléia Legislativa de Pernambuco (Alepe), pode contemplar os cerca de 660 ex-funcionários da unidade da Vicunha Têxtil no Estado, desativada no último dia 19 de abril, e salvar o parque industrial: a transformação do empreendimento em um modelo de autogestão, a cargo dos ex-trabalhadores.

A idéia, lançada pelo deputado estadual Isaltino Nascimento (PT), foi bem recebida pelos ex-funcionários presentes. O gerente geral de Recursos Humanos da Vicunha, Robson Togni, prometeu levar a proposta para análise da empresa.

A presidente do Sindicato das Costureiras, Aurora Flora Duarte, acredita na autogestão como solução, mas ressalta que a necessidade de debate com todas as esferas públicas e com a empresa.

REESTRUTURAÇÃO – Segundo Togni, o fechamento da fábrica local da Vicunha integra uma tentativa de reverter o resultado do grupo no ano passado, negativo em cerca de R$ 97 milhões. Por isso, diz, a empresa está revendo seus investimentos. E a unidade pernambucana, disse, acumulava prejuízo há mais de um ano. De acordo com ele, o grupo decidiu abandonar o segmento de confecções, principal produto fabricado em Pernambuco.

Em São Paulo, no município de Americana, a empresa demitiu 110 funcionários, de 150, e está avaliando se fecha ou não sua planta de rayon. A nova política do grupo é focar na chamada “mão-de-obra indireta.” A Vicunha exporta 45% de sua produção e credita sua crise à valorização do real e concorrência com produtos chineses.

Fonte: Jornal do Commercio