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Custos de saúde em alta
16 de junho de 2014Pesquisa divulgada pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) mostra que a inflação do setor médico é superior à inflação oficial de 48 países, inclusive no Brasil. De acordo com a entidade, os custos de atenção à saúde aumentam sensivelmente desde os anos 80, sendo os principais vetores itens ligados à incorporação de novas tecnologias, envelhecimento populacional e até mesmo o desperdício. Dos países analisados, o Brasil aparece como um dos que registram o maior descolamento entre a inflação oficial e o encarecimento dos custos ligados à medicina. Desde 2009, o índice oficial de inflação do Brasil, o ICPA, fica acima da casa dos 5% e, em 2011 e 2012, a diferença entre os dois índices ficou entre 5,4 pontos percentuais em 2011 e 6,6 pontos, em 2012.
Em 2011, o IPCA foi de 6,5% e no ano seguinte, 5,84%. Isso significa que a chamada Variação dos Custos Médico-Hospitalares (VCMH) nesses dois anos foi de 11,9% e 12,44%, respectivamente. Segundo a entidade, o índice VCMH ficou sistematicamente acima da inflação geral em todos os países observados, ratificando um fenômeno mundial. No caso do envelhecimento da sociedade, esse fator aumenta tanto a frequência de utilização de planos e procedimentos de saúde, quanto o preço dos serviços, elevando os custos em saúde em um ritmo maior do que a inflação geral ao consumidor.
Apesar de a diferença ser alta no Brasil, há países em que a discrepância do aumento de custos é ainda maior. É o caso do Chile, que em 2009 registrou uma diferença de 12,4 pontos percentuais, do Canadá, com distância de 12,2 pontos, e os Estados Unidos, que registrou 9,7 pontos a mais no custo em relação a sua inflação oficial, em 2012. "A incorporação de novas tecnologias médicas é o fator que mais encarece a saúde. Nos Estados Unidos, estima-se que entre 27% e 48% do crescimento dos gastos com saúde desde 1960 foi devido às novas tecnologias. Além disso, estudos mostram que a incorporação de novas tecnologias é impulsionada pelo aumento de renda da população e também pela maior taxa de cobertura de seguros de saúde", diz a entidade.
Por outro lado, a entidade alerta que, desde 1990, a maior parte do crescimento nos gastos com saúde foi gerada por tecnologias caras que trazem pouco benefício ao paciente. "Dessa forma, a chegada desses novos procedimentos pode ser onerosa e sem necessariamente beneficiar o paciente e melhorar os indicadores de saúde da população." Além disso, a tecnologia na área da saúde é diferente da área da computação, por exemplo. "De acordo com a Lei de Moore, os custos na área da computação caem pela metade a cada dois anos. Na saúde, a cada 13 anos os gastos dobram nos Estados Unidos", defende a entidade, citando a teoria do antigo presidente da Intel Gordon E. Moore, que, em 1965, previu que o número de transistores dos chips teria um aumento de 100%, pelo mesmo custo, a cada período de 18 meses. No caso da tecnologia na área de saúde, o custo aumenta porque "quando novas tecnologias são inseridas nos serviços hospitalares ou ambulatoriais, essas inovações podem levar a uma maior utilização de recursos humanos, mais fornecimento de material, treinamento especializado e equipamentos."
Há também o fator de ineficiência das próprias empresas do setor. O desperdício também é apontado como um fator importante para o aumento de custos do setor. Falhas na prestação de serviços, na formação de preços e na coordenação de equipe, além da complexidade administrativa, fraude e abuso na utilização dos recursos de saúde e uso desnecessário também fazem parte do problema. "Estima-se que esses desperdícios representam entre 20% e 30% do dispêndio total com saúde nos Estados Unidos", reporta a entidade no estudo.
O índice VCMH é uma variação de custo, composto tanto pela variação do preço médio por procedimento, quanto pela variação da frequência de utilização. "Por isso que o índice VCMH é diferente dos índices de inflação geral ao consumidor, que é um indicador do aumento dos preços de uma determinada cesta de produtos e serviços", explica o IESS.
Fonte: Jornal do Commercio
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