O anúncio por parte do IBGE, de que o País cresceu apenas 2,9% em 2006, dá o que pensar. Em toda a América Latina, só ficamos à frente do Haiti, país assolado pela guerra civil e que nós, brasileiros, já chegamos a socorrer. As explicações são muitas. Altas taxas de juros, dólar em queda constante, perda do poder de compra, baixos índices de poupança interna, poucos investimentos em áreas prioritárias, crescimento da dívida pública, carga tributária elevada, e por aí vai. Alguns outros indicadores ajudam a entender melhor o impacto deste crescimento atarracado, uma vez que a perspectiva de crescimento era de 3,5%. Alguns exemplos: No caso da construção civil, o crescimento do PIB da construção civil foi de 4,5%, contrariando uma expectativa de 5,1%. A explicação está no baixo volume dos investimentos públicos em construção. Enquanto a expectativa era de um investimento de R$ 65 bi, o volume foi de apenas R$ 36 bi em 2006. Na área de energia, o crescimento foi de apenas 3,8%. Se a meta para este ano é crescer 5%, muita coisa terá que ser repensada. Não basta implantar o PAC e achar que o mesmo é a pílula mágica que vai resolver todos os problemas. É necessário agregar outros fatores, como a reforma tributária, resolver problemas com o câmbio, entre outros. Caso contrário, o crescimento continuará tão tacanho como antes.

Fonte: Folha de Pernambuco