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Contra a crise, mais organização em 2016
15 de dezembro de 2015O orçamento apertou em 2015, sobretudo para quem é baixa renda e classe média. Muita gente perdeu o emprego. A conta de energia subiu. O combustível ficou mais caro. As compras do supermercado mudaram de perfil. O brasileiro, sem dúvida, vive melhor do que no início dos anos 2000, mas a tendência de racionalização dos gastos que começou a desenhar-se em 2014 e firmou-se neste ano deve ficar ainda mais evidente em 2016.
Como dizem por aí, o brasileiro, além de técnico de futebol, virou economista. A primeira providência da virada de ano é analisar os gastos. A tabela abaixo e aplicativos de celular podem auxiliar na missão de avaliar o que pode ser cortado. Também é preciso riorizar o que mais pesa: as dívidas de cartão de crédito e cheque especial. Em novembro, as taxas de juros subiram pelo 14º mês seguido, segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac). Tendo em vista o cenário econômico, a tendência é que haja outras elevações nos próximos meses.
No cartão, os juros já chegam perto de 380% ao ano. No cheque especial, ultrapassam 230%. “É importante deixar um pouco de lado o espírito natalino e aproveitar o 13º para poupar e pagar dívidas. O ano de 2016 não será um momento para arriscar”, lembra ooprofessor de finanças do Instituto Superior de Administração e Economia da Fundação Getúlio Vargas (Isae/FGV) Carlos Alberto Ercolin. Não deve ser um ano de apostas altas, como trocar de carro ou comprar um apartamento novo, salvo se aparecer uma proposta irrecusável; pagar à vista, em qualquer ramo, seja imóvel, carro, eletrodoméstico, é a saída do momento. “Indico que as famílias façam um orçamento para 2016, prevendo mensalmente ganhos e gastos fixos. Depois devem considerar os gastos arbitrários (aqueles que você decide quando e quanto vai gastar, como comer fora, ida ao cinema, cabeleireiro). Depois devem subtrair dos ganhos os gastos fixos e os arbitrários, na esperança de que sobre algum dinheiro todo mês.
Se já anteveem algum mês em que esse resultado será negativo, pode ir se planejando e, se for o caso, pedir um empréstimo”, diz o especialista. Mas, antes, alerta Ercolin, o ideal é tentar negociar a dívida com o credor. Os feirões de negociação de dívidas são uma ótima opção. O consumidor tem conseguido bons acordos, já que as empresas também estão interessadas na resolução para que o cliente volte a consumir. “Não fique entusiasmado com a primeira oferta. Se achar que não pode pagar, não aceite.
Mas, ao mesmo tempo, tente ser flexível, afinal é você que está devendo”, alerta o professor. Outra dica é, caso haja um bom histórico, mostrar que você sempre foi bom pagador e que atrasou as contas porque perdeu o emprego ou teve um imprevisto, por exemplo. “Se tem um empréstimo em aberto hoje, mas captado há alguns anos, talvez consiga renegociar com o banco uma taxa mais baixa. Se não for possível, avalie fazer a portabilidade para outro banco”, indica Ercolin.
Fonte: Jornal do Commercio
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