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Consumidor sentirá deflação no bolso

7 de abril de 2006

 

Rio – Os efeitos da queda de 0,29% na taxa acumulada do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) em 12 meses até março serão sentidos pelo consumidor e nas contas públicas. O índice é usado no reajuste da dívida dos estados com a União, mas o que afeta diretamente o consumidor é que reajusta também as tarifas de telefone. Neste caso, não chegará a se refletir em queda nas contas porque outros indexadores também incidem na composição das tarifas.

  O economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Salomão Quadros lembrou que o cálculo do reajuste na conta telefônica este ano usará um índice misto, que inclui o Índice Setorial de Comunicações (IST) e a taxa acumulada do IGP-DI.

  O próprio IST é uma mistura de indicadores de inflação do mercado. Entram em sua formação o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA); o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) – ambos calculados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – e, novamente, o IGP-DI. Portanto, levando em consideração os resultados dos demais indicadores no acumulado do ano, o reajuste na conta de telefone para o consumidor não será negativo. “Mas (o resultado do IGP-DI) vai ajudar o reajuste a ser mais baixo”, disse.

  Além disso, o IGP-DI acumulado em 12 meses também é utilizado como indexador na correção da dívida dos estados com a União. “Isso significa que o saldo devedor dos estados com a União pode até diminuir”, opinou Quadros.

  Pela primeira vez desde a sua criação, na década de 40, o IGP-DI registrou deflação na taxa acumulada em 12 meses. O resultado recorde foi provocado pelo IGP-DI de março que, beneficiado pela valorização cambial, caiu 0,45%. Foi o menor nível dos últimos sete meses e ficou abaixo das estimativas do mercado financeiro. Em fevereiro, a taxa já havia registrado ligeira deflação, de 0,06%. “Isso só comprova que a economia brasileira está passando por uma fase de inflação mais baixa”, considerou o economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros.

  Mas, o bom cenárioem março deveu-se exclusivamente aos preços no atacado – fortemente influenciados pelo dólar – que caíram 0,82%, ante deflação de 0,06% em fevereiro. Outro fator positivo a contribuir para a inflação baixa foi a gripe aviária. No IGP-DI de março, o preço das aves no atacado passou de queda de 5,51% para 6,11%, de fevereiro a março. Há meses, as notícias sobre focos da doença, pelo mundo todo, têm provocado o fechamento de vários mercados no exterior para exportações de frango. Isso levou os exportadores brasileiros a escoarem sua produção no mercado interno – elevando a oferta e derrubando o preço da carne de ave.

Fonte: Diário de Pernambuco

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