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Comércio bota a boca no trombone

26 de março de 2006

 

Depois da euforia das vendas de dezembro, das liquidações de janeiro e das vendas de carnaval, o comércio vê o movimento e o faturamento cair vertiginosamente em março e abril. Para alavancar as vendas nesses que são os dois piores meses do ano para o comércio varejista, os lojistas reinventam as estratégias de vendas e fazem de tudo para atrair o consumidor, que passa na rua para dentro da loja. No centro da cidade, é um vale-tudo. De banda de música a promotores fantasiados, de personagens cômicos a serviços grátis. Toda novidade que chame atenção dos clientes é bem-vinda. Uma tradição que vem dos mascates, das feiras livres, e já ganha espaços menos democráticos, como os shopping centers.

Na praça da Independência, no bairro de Santo Antônio, o personagem Zé Matutinho dás as ordens e toma conta do forró, antecipando o São João. Entre uma música e outra, ele aproveita para vender seu peixe, os produtos de um correspondente bancário especializado em empréstimos. “Meu trabalho aqui é fazer o primeiro contato, dar as informações básicas sobre os serviços da loja, como que documentos são necessários para se fazer um empréstimo”, explica José Gildo de Lima, o ator que interpreta Zé Matutinho.

O gerente da loja, Rutênio de Albuquerque, explica que contratou o serviço de propaganda há mais de um ano e que é só não ter anúncio na porta para o movimento cair. “A propaganda chama atenção, atrai quem estava procurando o serviço e não sabia onde encontrar”, afirmou.

Na rua da Imperatriz, uma ótica leva a sério seu slogan de atender com o coração. Na porta da loja, uma atriz dentro de um coração de espuma recepciona os clientes. Junto do “coração”, um locutor anuncia as promoções da loja e os prazos de pagamento, esticados para atrair o consumidor. Se decidir entrar na loja, o cliente ganha uma revisão grátis nos óculos e concorre a prêmios enquanto é servido no bar da loja.

A estratégia não tem resultados imediatos, mas faz o cliente conhecer a empresa, explicou o diretor da rede de óticas, Guilherme Diniz. Ele explica que a empresa investe em ações ativas de propaganda na frente da loja para estimular o movimento de possíveis compradores. “Somos varejistas e nosso lucro vem de muita circulação de mercadoria e de clientes, meu negócio depende de fluxo de caixa. E quem não é visto não é lembrado”, completou.

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas do Recife, Silvio Vasconcelos, avalia que essas estratégia variam com a área da loja, estando mais concentradas no centro da cidade, e que são eficientes numa época em que o consumidor precisa ser seduzido. “Depois de tantas compras em dezembro, o consumidor está saturado e com pouco crédito. É preciso convencê-lo a comprar e é isso que os lojistas tentam fazer”, comentou.

Fonte: Folha de Pernambuco

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