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Ceará e Piauí são os Estados que melhor remuneram o servidor

25 de junho de 2006

 

Pernambuco não é o Estado que melhor remunera os servidores públicos – no comparativo com a renda na iniciativa privada de cada unidade da Federação. Em termos relativos, o Estado só paga melhor do que o Rio de Janeiro, São Paulo e Amazonas. O Ceará e o Piauí, por sua vez, são os Estados onde o poder público paga mais. No primeiro caso, o trabalhador do setor público ganha 83% a mais (com índice de 0,17 apontado no estudo). No segundo caso, a diferença é de 81%. A posição do Ceará é fortalecida por causa do valor relativamente alto pago aos servidores com ensino fundamental completo. Os estatutários do Piauí, porém, lideram a lista dos mais bem pagos nos três níveis de escolaridade.

Fábio Romão, economista da LCA Consultores, acredita que Estados economicamente mais pobres do que São Paulo e Rio de Janeiro, como é o caso do Piauí e do Ceará, pagam relativamente melhor os seus funcionários públicos por causa dos baixos salários na iniciativa privada. “Esses locais têm um dinamismo econômico mais baixo”.

Mário Fernando Lins, presidente do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), avalia que o governo de Pernambuco paga melhor algumas especialidades como ginecologistas, pediatras e clínicos médicos. “Mas na maior parte dos casos, a iniciativa privada remunera melhor”. Lins explica que o Estado não pode pagar valores diferenciados por especialidade médica. A iniciativa privada, por sua vez, é regida por regras de mercado e se a oferta dos profissionais é elevada, menor é o salário.

Os professores da rede particular têm um piso salarial de R$ 4,54 por hora, se ensinarem no ensino fundamental II (5ª a 8ª série) e no ensino médio. Considerando 30 horas semanais, o piso representa R$ 544,8. No governo do Estado, informa o Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sintepe), o piso do professor de nível médio e fundamental com 30 horas de trabalho semanais é de R$ 338. Com 40 horas semanais, o piso é de R$ 420.

Ruy Carlos Ramos, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Públicos na Agricultura e Meio Ambiente de Pernambuco (Sintape), defende que o governo do Estado paga menos aos agrônomos e químicos do que a iniciativa privada. Ramos lembra que o setor privado procura seguir a Lei 4.950, que estabelece o piso de oito salários mínimos (hoje em R$ 2,8 mil). “Os estatutários do Estado recebem cerca de R$ 750”.

Fonte: Jornal do Commercio

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