Inaugurado gradativamente, há três meses, e há mais de dois anos e meio em obras, o sistema de BRT (ônibus de trânsito rápido) pernambucano, batizado de Via Livre, atende 45,1 mil usuários (o equivalente a 13,6%) dos 330 mil a serem transportados diariamente pelo novo serviço. Isso porque somente 14 das 54 estações projetadas estão em funcionamento e 52 dos 184 BRTs previstos, em operação. Doze desses veículos começam a circular, hoje, na linha 1979 – TI Pelópidas (Dantas Barreto), a quarta do sistema e segunda do Corredor Norte-Sul, que liga Igarassu ao Centro do Recife.

A linha (semiexpressa) já funcionava com 12 ônibus biarticulados que foram substituídos pelos BRTs, os quais realizarão 88 viagens por dia, com intervalo de cinco minutos nos horários de pico. Opera de segunda a sexta-feira das 5h30 às 19h40, saindo do terminal, em Paulista, e parando nas Estações Tacaruna, 13 de Maio, Riachuelo e Praça da República, as únicas quatro prontas das 28 do percurso.

A linha também vai integrar no TI da PE-15, nos dois sentidos, sem que a outra em operação, a 1915 – PE-15 (Dantas Barreto) seja alterada, continuando com 14 BRTs, 143 viagens e intervalo de sete minutos no pico. A 1979 terá uma pequena mudança no percurso, deixando de passar pela Rua do Sol para seguir pela Avenida Dantas Barreto. A expectativa do Grande Recife Consórcio de Transportesé que a demanda aumente, visto que os ônibus são mais confortáveis e mais rápidos. Hoje, o Norte-Sul transporta cerca de 9,1 mil usuários por dia, volume que deverá chegar a 180 mil quando a operação for completa.

"Não temos previsão de novas linhas, por enquanto. Só quando outras estações forem concluídas", informa o presidente interino do consórcio, André Melibeu. "Mas os ganhos obtidos com os BRTs são expressivos. No Leste-Oeste, os ônibus passaram de uma velocidade média de 9,6 quilômetros por hora para 16 quilômetros por hora e a estimativa é chegar a 21 quilômetros quando o funcionamento for completo".

Enquanto as estações não saem, 94 BRTs (de 142 já adquiridos por cerca de R$ 700 mil cada) se degradam nas garagens dos consórcios vencedores da concorrência para operação do serviço. Parados sob sol e chuva, os veículos não só deixam de oferecer mais conforto aos deslocamentos da população, mas geram prejuízo financeiros aos usuários, visto que os custos de manutenção são lançados no sistema.

A Secretaria Estadual das Cidades informou, por meio de nota, que tem previsão de entregar o Corredor Norte-Sul até o final do ano, embora haja equipamentos sequer iniciados no percurso e falta de definição sobre ramal que passaria pela Avenida Agamenon Magalhães, área central do Recife. Mas não deu posicionamento sobre o Leste-Oeste.

Fonte: Jornal do Commercio