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Bicampeã na inflação

9 de julho de 2014

Em tempos de Copa do Mundo, a Região Metropolitana do Recife (RMR) acaba de se sagrar bicampeã no brasileirão da inflação. Pelo segundo mês consecutivo, o dragão soltou mais fumaça por aqui. Em junho, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – divulgado ontem pelo IBGE – ficou em 0,71% na RMR (foi 1,16% em maio). Já a média das 13 regiões pesquisadas foi de 0,40%, contra 0,46% do mês anterior. E se em maio a culpa pelo nosso primeiro lugar foi do aumento da conta de luz, agora o vilão foi o Mundial de futebol. 

Segundo o IBGE, as diárias dos hotéis subiram 32,69% no mês passado na RMR. As passagens aéreas também tiveram uma alta significativa em junho: 11,03%. Nunca o “imagina na Copa” fez tanto sentido. E foi por isso mesmo que a Região Metropolitana do Recife teve a maior inflação do subitem despesas pessoais (3,67%). “É um típico caso de inflação de demanda. Por conta do aumento do número de turistas, as bases (prestadores de serviços) aproveitaram para subir os preços e recuperar as margens”, destaca o economista Marcelo Barros. 

Essa “inflação da Copa” não foi privilégio da Região Metropolitana do Recife. De acordo com o relatório do IBGE, passagens aéreas e diárias de hotel responderam juntas por 0,20 ponto porcentual da taxa de 0,40% do IPCA do mês passado no país. Pelo menos no subitem alimentos e bebidas houve queda (0,22%) em junho, algo que não acontecia há meses na RMR. A batata inglesa, por exemplo, baixou 14,38%. A cebola baixou 4,79%. Já o tomate – vilão dos mais temidos – subiu “só” 2,37%. 

A cerveja, a preferida tanto na comemoração das vitórias quanto na lamentação das derrotas, teve uma queda de 0,23% quando a compra foi feita nos supermercados. Nos bares e restaurantes, a redução foi ainda maior, de 3,34%. A expectativa, segundo os especialistas, é que os alimentos possam ajudar na redução da inflação da segunda metade do ano, depois de terem sido os vilões no início de 2014. Já que é para aproveitar o clima da Copa, melhor começar a torcer.

 

Estouro do teto da meta

A Região Metropolitana do Recife não ficou com o primeiro lugar só na inflação do mês. Também ocupa o lugar mais alto do pódio no acumulado do ano: 4,40%. E no acumulado dos 12 meses já estamos com uma inflação de 7,16%, bem acima do teto da meta estabelecido pelo Banco Central, que é de 6,5%. Pior: a média nacional também passou do teto (6,52%). É o maior patamar desde junho de 2013, quando estava em 6,70%. 

“O fantasma voltou. O governo está usando o remédio amargo, que é o aumento da taxa de juros, mas ele não está adiantando. A inflação é um fenômeno monetário, mas também de expectativas. Foi estabelecida a expectativa de uma inflação alta. Se a expectativa não reduz, a inflação real também não cai”, explica o economista Marcelo Barros. Segundo o economista, o remédio dado pelo governo está contaminando até a expectativa de crescimento.

“O Boletim Focus já fala em um PIB de 1%. É muito baixo”, reforça Barros. O mesmo relatório, que é divulgado pelo Banco Central todas as segundas-feiras, prevê que a inflação oficial termine o ano um pouco abaixo do teto da meta. O mais recente falava em 6,46%. “O cenário de inflação para o segundo semestre ainda é muito complicado. Só não está pior por conta dos preços administrados”, finaliza o economista.

Fonte: Diario de Pernambuco

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