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Barbosa deixa o Supremo à francesa

2 de julho de 2014

Onze anos depois de ter sido nomeado ministro no Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa participou ontem da última sessão à frente da Corte. Ex-relator do mensalão, o presidente do STF afirmou que se aposenta com o sentimento de dever cumprido e de %u201Calma leve%u201D. Fora do Supremo, Barbosa quer ter um período sabático e considera %u201Cpouco provável%u201D qualquer atuação política no futuro. Diferentemente de outros ministros que deixaram a Corte, Barbosa não fez discurso de despedida e saiu do plenário do tribunal sem avisar os colegas, antes do fim da sessão. O decreto com a aposentadoria deve sair até o fim da semana. O ministro Ricardo Lewandowski assumirá o comando do tribunal interinamente, até que seja feita nova eleição, o que deve ocorrer até outubro.

Aos 59 anos e como primeiro negro a assumir tanto o cargo de ministro do Supremo quanto a presidência da Corte, Barbosa anunciou que se aposentaria no início de junho, embora pudesse ficar até 2024, quando completará 70 anos %u2013 idade da aposentadoria compulsória. Ele foi sorteado relator do mensalão em 2006 e deixou o caso há duas semanas. Ontem, a jornalistas, Barbosa disse que sai do Supremo sem deixar temas pendentes. Sobre quem vai sucedê-lo, o ministro espera que a pessoa tenha %u201Cbom caráter%u201D e seja %u201Cestadista%u201D. %u201CAqui não é lugar para pessoas que chegam com vínculos com determinados grupos de pressão. Aqui não é lugar para se privilegiar determinadas orientações%u201D, disse.

Sobre as especulações de que ele se candidate a um cargo eletivo, Barbosa considera %u201Cpouco provável%u201D o ingresso na carreira política. %u201CNão tenho esse apreço todo pela politiciènne, essa política do dia a dia%u201D, disse. Ele não descartou, entretanto, apoiar algum candidato. Ao analisar o tempo que passou no STF, Barbosa negou que tenha sido um ministro polêmico e disse ter comprado briga apenas quando houve tentativas de desvio do %u201Ccaminho correto da Constituição%u201D.

O último dia de Barbosa no comando do Supremo foi marcado pela análise de alguns processos, como uma ação do PSDB que pedia a inconstitucionalidade de um artigo da Lei Geral da Copa, de junho de 2012. A ação queria a permissão para protestos %u201Cideológicos%u201D nos estádios, mas foi negada. Barbosa votou pela validade da ação, mas foi minoria em relação na Corte.

Fonte: Diario de Pernambuco

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