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Aumento à vista para combustíveis

16 de novembro de 2006

A aparente calmaria nos preços dos combustíveis deve terminar no próximo mês com o início oficial da entressafra de produção de cana-de-açúcar. E, como sempre, quem pagará a conta será o consumidor final. Sem medidas efetivas do governo para dar uma maior estabilidade aos preços do álcool, o cliente continuará mais este ano à mercê da regra mais básica do mercado: a da oferta e demanda. Nesse cenário, as perspectivas são negativas para o consumidor. Confrontados, os números da Agência Nacional de Petróleo (ANP) e da União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica) mostram que a demanda neste ano deverá crescer mais do que a oferta. O mesmo aconteceu em 2005, quando o preço do álcool atingiu níveis históricos conforme os estoques da entressafra iam sendo consumidos.

  O mais recente boletim Abastecimento em Números da ANP, divulgado em julho, já previa um aumento de 19,27% acumulado nas vendas de álcool hidratado pelas distribuidoras até o fim de 2006. No entanto, os usineiros representados pela Unicatêm garantido que não haverá falta do combustível, com um aumento da safra de cana-de-açúcar na ordem de 13% durante o último ciclo. Se o percentual de crescimento da produção será capaz de atender à nova demanda por parte das distribuidoras sem gerar uma escalada de preços, o setor não é capaz de responder.

  Com um crescimento médio das exportações do combustível estimado em 3,6%, aumento nas compras do álcool hidratado para atender o fortalecimento da frota de carros flex e a recente medida de subir de 20% para 23% o percentual de mistura do anidro à gasolina, há poucas chances de que o preço do combustível surpreenda e mantenha-se estável nesta entressafra. “No início não deve aumentar porque temos grande quantidade de álcool em estoque, mas nas semanas seguintes o preço vai subir em função da demanda”, afirma o diretor do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes, Dietmar Shupp.

Mistura – Os preços cobrados pelas distribuidoras para o anidro geralmente são entre 15% e 17% mais caros que os do hidratado. O sindicato também admite que a redução no preço da gasolina com o aumento do percentual de mistura de anidro para 23% deve ter efeito apenas temporário. A queda estimada de R$ 0,02 a R$ 0,04 será neutralizada poucos dias após o início da medida, marcado para o dia 20, com o aumento da demanda. Quanto mais interesse do mercado no produto, maior o preço cobrado pelos usineiros.

  A falta de uma política foi reconhecida pelo representante do governo como um problema para reverter o “efeito entressafra”. “A alta volatilidade do preço é a grande dor de cabeça do setor. Alguém tem que estocar para garantir que vamos ter álcool na entressafra. Afinal só há produção em sete meses enquanto o consumo ocorre nos 12 meses do ano”, afirma o superintendente de Abastecimento da ANP, Roberto Furian Ardenghy.

Fonte: Diário de Pernambuco

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