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Auditores prometem fazer operação padrão

3 de março de 2006

Os auditores da Secretaria da Fazenda, que estão em greve desde o dia dois de fevereiro, já começam a articular novas estratégias para que o movimento incomode o governo do Estado. Entre as possibilidades está voltar ao trabalho com operação-padrão. Ao mesmo tempo, o governo do Estado conseguiu autorização para punir os grevistas, ao cassar uma liminar que protegia o Sindifisco de qualquer retaliação.

 

“Temos que nos preparar para um cenário de persistência da greve. Se ela não está incomodando, vamos ver o que incomoda”, disse o presidente do Sindifisco, Jorge Luiz do Amaral. Ele citou a possibilidade de fazer operação-padrão nos “apaniguados” do governo. Ontem, em mais uma assembléia da categoria, foi mantida a greve e organizada mais ações para incrementar a adesão ao movimento. Segundo o sindicato, a greve conta com a adesão de 95% da categoria.

 

Deputados da Assembléia Legislativa de Pernambuco tentaram costurar um acordo, na semana passada, que previa o adiantamento para ontem do índice de reajuste geral que o governo estadual vai conceder ao funcionalismo e será anunciado só na segunda-feira. Com base nesse número, iria ser tratada uma pauta específica com os auditores, que poderiam votar uma proposta de volta ao trabalho. Mas o Estado não aceitou esse acordo. “Acho que poderia ser um gesto para reabrir as negociações. Não custava nada apresentar esse índice logo”, disse o deputado Roberto Leandro (PT).

 

Um dos trunfos do governo foi suspender uma liminar concedida pelo desembargador Bartolomeu Bueno, do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), que impedia o governo do Estado de adotar qualquer medida de represália contra os auditores em greve. “Entramos com um agravo regimental no TJPE e ao mesmo tempo com um pedido de suspensão da liminar no STF (Supremo Tribunal Federal). A presidência do STF entendeu que a greve causa prejuízos à ordem administrativa e à economia do Estado e suspendeu os efeitos da liminar”, comentou o procurador-chefe do Contencioso, César Caula.

 

Isso abre espaço para o desconto dos dias parados – que já somam 30 dias – mas, para ser adotada, depende de uma decisão da secretária da Fazenda, Maria José Briano. Ela, entretanto, preferiu não comentar o recurso do governo do Estado. Mas marcou uma audiência com o Sindifisco para a próxima segunda-feira, após o anúncio do reajuste linear.

 

Ontem, o Diário Oficial registrou a meta da Gratificação de Atividade Fazendária (Graf) para os meses de março e abril. O Estado espera arrecadar R$ 780 milhões nesse bimestre. A meta é R$ 10 milhões menor do que a estipulada para janeiro e fevereiro, que foi de R$ 790 milhões. A arrecadação de janeiro foi de R$ 430 milhões e a de fevereiro ainda não foi fechada, mas caso bata o número da GRAF os fazendários, mesmo em greve, poderão receber adicional por produtividade.

Fonte: Jornal do Commercio

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