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Ajustes para atravessar a crise econômica

19 de abril de 2015

No início de fevereiro, o governador Paulo Câmara (PSB) anunciou medidas para enxugar os gastos do estado. A intenção dele foi de “cortar na carne” as gorduras para dar ao governo condições financeiras de ultrapassar 2015, um ano considerado difícil para a política e a economia do país. Inicialmente, as medidas atingiram o “público interno”, mas o ajuste começou a provocar reações a partir do momento que a “tesoura” chegou a instituições e categorias organizadas, a exemplo do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) e professores da rede estadual de ensino.

Nos dois casos, a crise financeira serviu de argumento. Há cerca de dez dias, o Poder Judiciário foi surpreendido, conforme declarou o presidente do Tribunal de Justiça, Frederico Neves, com a possibilidade do repasse anual ser reduzido em R$ 103 milhões. Os professores, por sua vez, decretaram greve por tempo indeterminado. A categoria reivindica (para toda a classe) o aumento de 13,01% que foi concedido apenas para os profissionais que estavam recebendo abaixo do piso nacional (R$ 1.917,00).

Uma questão, inclusive, que poderá ser agravada em razão da promessa feita por Paulo Câmara na campanha de 2014 de duplicar, nos próximos quatro anos, o salário dos professores. De acordo com o secretário de Administração, Milton Coelho, o governo está avaliando como cumprir esse compromisso, mas ainda não pode antecipar o andamento do estudo. 

O Todos com a Nota também foi alvo do programa de ajustes. Segundo o secretário da Fazenda, Márcio Stefanni, desde o início do ano a ação foi reduzida com a retirada do programa da Copa do Nordeste. “No primeiro semestre, apoiamos apenas o Pernambucano (campeonato)”, frisou o secretário.

Para tentar acalmar os ânimos, Paulo Câmara pediu uma espécie de trégua. Ele afirmou que existe a possibilidade de atender às demandas após a publicação do último quadrimestre, quando o governo terá condições de avaliar a situação financeira do estado. 

Comissão
A responsabilidade de controlar as contas está nas mãos dos secretários Márcio Stefanni (Fazenda), Milton Coelho (Administração), Danilo Cabral (Planejamento e Gestão), Antônio Figueira (Casa Civil) e Rodrigo Amaro (Controladoria Geral do Estado). Do trabalho dessa comissão faz parte a análise do andamento das atividades das secretarias. Para economizar R$ 320 milhões em 2015, os secretários precisam reduzir em 20% (mensalmente) o que foi gasto em 2014. Quem não atingir a meta é notificado no sentido de recuperar os gastos nos meses seguintes. 
Para avaliar performance de cada secretaria, a comissão se reúne semanalmente. Em alguns encontros, conta com a presença do governador Paulo Câmara, uma vez que os secretários da comissão também integram o núcleo duro da gestão.

Fonte: Diario de Pernambuco

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