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Ajuste fiscal sem parar crescimento econômico

8 de janeiro de 2015

Brasília – O ajuste fiscal é necessário e será apoiado, mas não pode ter um “efeito paralisante sobre a agenda de competitividade”, afirmou ontem o novo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro Neto, em sua cerimônia de posse. Ele não disse como essa paralisia poderia ser gerada, mas os empresários presentes ao concorrido evento apontaram para uma ameaça imediata: a alta de impostos que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, admitiu estar analisando.

“Não pode ter (aumento)”, afirmou de forma categórica o empresário Jorge Gerdau, do grupo Gerdau, ressalvando que é esperada apenas a volta da Cide, um tributo cobrado nos combustíveis. “Aumento de imposto paralisa, segura muito”, emendou o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Eletroeletrônicos (Eletros), Lourival Kiçula. “O imposto é 36% do PIB”, lembrou o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas (Abimaq), José Velloso. 

Embora Monteiro Neto tenha feito um discurso conciliador e a nova equipe econômica tenha comparecido em peso à sua posse no cargo, a perspectiva de um embate estava no ar. “Não tinha nome melhor do que o do Armando Monteiro, porque ele é habilidoso”, avaliou Velloso, da Abimaq.

A contradição entre uma indústria carente de estímulos e o ajuste fiscal apareceu no discurso do novo ministro. Ele disse que uma coordenação mais efetiva entre as políticas fiscal (receitas e despesas), monetária (juro) e cambial é uma precondição para o fortalecimento da confiança do empresariado. Ressaltou a competência da equipe e afirmou: “para essa tarefa, não faltará solidariedade de todo o governo.”

O ministro disse que o maior problema da indústria no momento é o “preocupante descompasso” entre o aumento de seus custos e os ganhos de produtividade, que não acompanham. Daí a importância de se adotar uma agenda de competitividade. Sem avançar com ela, alertou, o país corre o risco de crescer pouco, mesmo depois do ajuste macroeconômico.

O programa que Monteiro Neto condensou em cinco pontos contém medidas que não combinam com um ajuste orçamentário. Ele quer, por exemplo, o financiamento de bancos públicos para que pequenas e médias indústrias troquem suas máquinas.

O novo ministro não entrou em detalhes, mas José Velloso disse que o programa está pronto e contempla condições de prazos e juros melhores do que o do Programa de Sustentação do Investimento (PSI).

Fonte: Diario de Pernambuco

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