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Adulteração prejudica motoristas

9 de outubro de 2006

 

Sair de casa com o carro, notar que o tanque de combustível está quase vazio e parar no posto de gasolina para abastecer. Uma situação aparentemente corriqueira, mas que, na verdade, merece bastante atenção dos motoristas no que diz respeito à qualidade do combustível. Na hora de abastecer, não é o posto mais próximo, nem o produto mais barato que conta. Se não se preocupar com a qualidade do combustível que está comprando, o dono do carro pode estar selando o próximo destino do seu veículo: a oficina.

A adulteração de combustíveis não é ruim só para o consumidor. As fraudes prejudicam a arrecadação do Estado – e conseqüente investimento dos recursos -, desarrumam o mercado, com a concorrência desleal, e aceleram a poluição, já que os solventes misturados à gasolina pioram a queima do combustível e aumentam a emissão de resíduos pelo escapamento dos carros.

Em Pernambuco, a atenção com os combustíveis deve ser redobrada. De acordo com o último Boletim de Qualidade da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), referente ao mês de agosto, o Estado tem a quarta pior gasolina do Brasil, com 9,9% de não conformidade nas amostras pesquisadas; o quinto pior óleo diesel, com 2,3% de não conformidade; e o sexto pior álcool, com 4,6% de não conformidade. O índice nacional para a gasolina é de 4,2% de não conformidade; o do diesel, de 2,1%; e o do álcool, de 3,2%.

A superintendente de Qualidade da ANP, Maria Antoniêta Souza, lembrou que, no decorrer de 2006, os índices nacionais para álcool, diesel e gasolina atingiram patamar internacionais de qualidade, mas reconheceu as dificuldades concentradas em alguns estados no Norte e no Nordeste do País. “Os índices vêm reduzindo significativamente, mas ainda é preciso melhorar”, afirmou. Em 2001, o índice nacional de inconformidades na gasolina era de 9,2% e, em 2005, foi de 3,6%. Na análise nos 26 estados, o principal problema encontrado na gasolina foi o teor de álcool, correspondendo a 52% das amostras com problemas na avaliação da ANP.

No Estado, o problema se repete e o teor de álcool na gasolina é o principal vilão dos resultados do boletim de qualidade. Atualmente, o órgão federal permite a mistura de 20% do álcool anidro na gasolina. Mas a proximidade com os produtores facilita a fraude. “Esse problema é comum em estados que produzem álcool”, explicou o gerente-geral de Planejamento e Controle da Ação Fiscal da Secretaria da Fazenda, Alexandre Rebêlo. “O álcool sai sem registro direto do produtor para o posto, que ganha tanto na fraude fiscal quanto no volume de combustível vendido”, explicou. O presidente do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis em Pernambuco (Sindicombustíveis-PE), Joseval Alves, afirmou que é comum encontrar gasolina com 25%, 27% e até 30% de teor de álcool.

Fonte: Folha de Pernambuco

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