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A corrupção e seu mar de prejuízos
23 de março de 2015Qual o impacto financeiro da corrupção na vida do cidadão comum? É difícil mensurar quando prolifera no país diversos tipos de atos ilícitos contra o bem público. Pesquisa da Fazenda Nacional detectou que só de lavagem de dinheiro são cerca de R$ 500 bilhões desviados por ano no Brasil. O rombo cai diretamente na conta da população brasileira, sobretudo da parcela mais pobre, que são aqueles que ganham até dois salários mínimos. Vem embutida no aumento dos tributos indiretos e da inflação, que incidem nos bens e serviços de consumo diário, e afeta gastos básicos do governo, sobretudo em saúde e educação.
“A carga tributária no Brasil é muito alta e impacta diretamente na vida dos mais pobres. Hoje, 48,8% da renda daqueles que ganham até dois salários mínimos são apenas para pagar tributos indiretos incididos sobre o que se consome diariamente, como alimentação, água, luz e transporte”, avalia o procurador da Fazenda Nacional, Heráclio Camargo. Praticamente a metade da renda dos mais pobres é para pagar o alto custo do Brasil.
Segundo o professor da Faculdade Guararapes e analista financeiro Roberto Ferreira, o principal efeito da corrupção é justamente a redução da eficiência das políticas públicas. “A falta de medicamentos e insumos hospitalares é quase sempre resultado do desvio de verbas públicas. Nem sempre é possível quantificar o prejuízo mas ele rebate diretamente nos serviços prestados à população”, diz Ferreira. Um esquema de fraude na aquisição de material escolar é outro tipo comum de corrupção. Em geral, o poder público paga mais caro do que o preço praticado no mercado e recebe um produto de qualidade inferior.
O economista Raul Velloso afirma que a corrupção tem dimensões estratosféricas no Brasil, impossível de avaliar pelos efeitos indiretos na vida das pessoas. “No caso da Petrobras, por exemplo, fala-se que a Operação Lava-Jato detectou um desvio de R$ 2,1 bilhões, segundo o Ministério Público Federal. Mas ainda há que se considerar as perdas reais com a suspensão dos contratos públicos realizados com as empreiteiras envolvidas, paralisando obras de infraestrutura em todo país”, avalia. Em Pernambuco, obras como a do corredor viário de BRT Leste/Oeste e da requalificação da BR-101 estão paralisadas após a Mendes Júnior, responsável pelas obras, ser incluída na lista de investigação da Operação Lava-Jato.
Para o cientista político e professor da UFPE Dalson Britto, “pequenos” atos de corrupção – ou os mais difíceis de serem descobertos –, em geral, tendem a prejudicar os mais vulneráveis socialmente, aqueles que dependem dos serviços públicos básicos. Mas a médio prazo, o efeito cascata das crises econômicas, aliado à certeza da impunidade, atinge outros setores sociais, como a classe média, cujo impacto maior da crise vem através do desemprego e da recessão. “A corrupção está correlacionada com a diminuição do crescimento econômico e aumento da desigualdade social.”, teoriza Britto. O mercado estima que o escândalo da Petrobras, por exemplo, poderá ter um impacto de redução de 0,5 ponto percentual no PIB de 2015.
Fonte: Diario de Pernambuco
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