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2015 não vai ser fácil
30 de setembro de 2014Não importa o nome do próximo presidente. O ano de 2015 será difícil para o brasileiros, principalmente no que se refere ao custo de vida. A inflação será pressionada não só pelos preços hoje represados, caso da energia e da gasolina, mas também por causa do câmbio.
Raphael Juan, gestor da BBT Asset, diz que 2015 será o ano dos ajustes. "A regularização dos preços terá de ser feita, senão entraremos em colapso, pois aí vamos ter alta no desemprego", diz. "Se entrar a oposição os ajustes serão mais imediatos. Se for governo, será mais gradual", completa.
O fato é que 2015 reserva para o presidente o pior início de mandato desde que Fernando Henrique foi reeleito, em 1998, e o Plano Real entrou em colapso devido à escalada da dívida pública e ao esgotamento das reservas em dólar.
Em junho de 99, a economia acumulava queda de 0,6% em quatro trimestres. Nos dois primeiros trimestres deste ano, a economia recuou, 0,2% e 0,6% respectivamente.
Para o gestor da CRPC Asset, Luiz Fernando Araújo, o Brasil vive hoje um problema de credibilidade e isso afeta toda a perspectiva de melhora. A desconfiança afasta os investidores e com eles vão os dólares que poderiam estar sendo usados na economia. "O mercado teme o cenário da Argentina ou da Venezuela (intervencionismo na economia). Mas com a volta da confiança, o dólar volta a entrar e os juros futuros caem. Com isso cria-se um ambiente melhor de investimentos e há menos pressão inflacionária", diz.
Neste sentido, quem mais vem sofrendo são as pessoas ligadas à indústria. "Se não houver melhoras na taxa de investimento, é difícil aumentar a produção. Esse ano a queda na produção deverá ficar em 1,95% e a expectativa para o ano que vem é de 1,5%. Ou seja, significa recuperar o que perdeu este ano e ainda ficar devendo", diz o economista da Fiepe, Thobias Silva.
Para melhorar essa produção é necessário ajustar a contas públicas, de forma a estimular o investimento privado. "O governo terá de tomar algumas medidas de austeridade para ganhar a confiança e retomar o investimento", disse.
Juan admite que boa parte dos ajustes terão efeitos amargos sobre a população. "No curto prazo são medidas impopulares. Mas no longo prazo, precisamos das reformas internas, que começam com a reforma política porque sem essa, não se tem ambiente político para reformas tributária e fiscal que deixarão o ambiente mais competitivo. E essas reformas a população quer".
Inflação seguirá acima da meta
Com a economia ainda em ritmo lento, o Banco Central projeta que a inflação recuará no primeiro ano do próximo governo, mas permanecerá acima da meta oficial. Os dados foram apresentados ontem, no Relatório Trimestral de Inflação. Na comparação com o documento de junho, há mais pessimismo com a economia, o BC, porém, ainda é mais otimista que os investidores e analistas do mercado.
A estimativa para o crescimento do PIB, a renda gerada no País), neste ano foi reduzida de 1,6% para 0,7%, exatamente uma semana antes, o Ministério do Planejamento havia calculado 0,9%. "A economia está crescendo a ritmo baixo, é verdade, certamente abaixo do potencial da economia brasileira", afirmou Carlos Hamilton, diretor de Política Econômica do BC.
Os números são bem superiores às expectativas recém-divulgadas de bancos e consultorias, que apontam uma expansão de 0,29%. Não há ainda uma previsão oficial para 2015, mas o BC projeta que, no período de quatro trimestres até junho, o PIB terá crescido 1,2%. Em outras palavras, a produção e a renda continuarão em ritmo lento, com melhora modesta nos primeiros seis meses do próximo governo.
Trata-se do pior início de mandato desde que o tucano FHC foi reeleito, em 1998, e o Plano Real entrou em colapso devido à escalada da dívida pública e ao esgotamento das reservas em dólar. Em junho de 1999, a economia acumulava queda de 0,6% em quatro trimestres.
IPCA
Para o BC, a inflação, que se mantém acima da meta de 4,5% desde 2010, fechará mais este ano eleitoral em 6,3% e só cederá à estagnação da economia a partir do início de 2016. Estima-se um IPCA de 5,8% em 2015 e de 5% nos 12 meses encerrados em setembro de 2016, até onde vai o olhar do BC.
O mercado também é mais pessimista nesse caso: acredita-se que a inflação repetirá no próximo ano os 6,3% de 2014, em grande parte porque há reajustes represados de preços como os da gasolina e da energia elétrica.
Bolsa tem pior resultado em três anos
A reação da presidente Dilma Rousseff (PT) na corrida eleitoral fez com que a Bolsa brasileira registrasse a maior desvalorização diária em três anos. O Ibovespa, principal índice do mercado acionário local, fechou o dia com queda de 4,52%, a 54.625 pontos, o menor patamar desde 10 de julho deste ano. Além disso, foi a maior desvalorização percentual diária do Ibovespa desde 22 de setembro de 2011, quando o índice caiu 4,83%. A Petrobras foi a empresa que mais sofreu ontem. Sua desvalorização chegou a mais de 11%.
O mau humor do investidor também fez com que o dólar disparasse ontem. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, subiu 1,03%, a R$ 2,446, no maior patamar desde 9 de dezembro de 2008. O dólar comercial, usado no comércio exterior, avançou 1,69%, a R$ 2,457, também no maior nível desde 9 de dezembro de 2008.
Para analistas, o fortalecimento da candidata petista nas eleições é a principal explicação para a desvalorização da Bolsa. "O mercado financeiro não gosta da Dilma e, por isso, quando ela tem bom desempenho nas pesquisas, ele coloca isso no preço. Mas minha avaliação é que o mercado não colocou tudo no preço. A Bolsa pode cair mais", afirma Felipe Miranda, sócio-fundador da Empiricus Research.
O Ibovespa abriu em forte queda como reflexo da pesquisa Datafolha de sexta-feira, mas à tarde os mercados se acalmaram. A pesquisa CNT/MDA (leia em Política) que confirmou a reação de Dilma, porém, causou essa resposta negativa do mercado, completa a equipe de analistas da empresa corretora Socopa.
Das 69 ações do Ibovespa, 62 fecharam o dia no vermelho. A maior desvalorização ficou com os papéis da Petrobras. Os papéis das estatais são os mais sensíveis à atual disputa eleitoral. Isso porque parte dos investidores acredita que uma vitória da oposição significaria uma diminuição na intervenção do governo na empresa. Logo, quando Dilma sobe nas pesquisas, os papéis da companhia se desvalorizam.
As preferenciais da Petrobras, as mais negociadas, encerraram o dia com queda de 11,46%, a R$ 18,56. Os papéis ordinários, com direito a voto, perderam 10,75%, a R$ 17,69. Os papéis do Banco do Brasil encerraram o dia com queda de 8,98%, a R$ 27,15.
Fonte: Jornal do Commercio
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